31.3.08
Como eu estou
Acabo de receber uma mensagem.
Estou ansioso. De quem será?
Só poderá ser de uma pessoa, a quem enviei uma mensagem faz umas horas.
Mas se não for dessa pessoa? E se for apenas publicidade?
Ouço Scissor Sisters e levanto-me para ir buscar o telemóvel. Consulto antes a caixa de correio electrónico, mas ali ainda não há respostas.
Será que, da parte de quem me escreve, há novidades?
Quanto vale um olhar
Hoje foi um dia consagrado a acompanhar um familiar na sua ida ao médico.
Pela primeira vez dei-me conta que a vida nem sempre é aquilo que idealizamos e que a saúde e a alegria da juventude podem não durar para sempre. A certo momento, comecei a incomodar-me e a reparar nas pessoas que comigo se cruzavam.
Nunca fui muito de olhar para o rosto dos transeuntes anónimos que me acompanham pelas ruas da grande cidade, mas hoje fi-lo. E dei conta que eu vivo numa cidade em que as pessoas parecem ter perdido a sua beleza. Para onde quer que olhasse só via solidão, dor, sofrimento e muito desespero. Ainda pensei que estivesse a reviver algum episódio de Anotação do Mal, de Jaime Rocha, mas não, as ruas da cidade que eu percorria eram mesmo as ruas da minha cidade.
O que me salvou o dia foi a recordação de dois olhares que, num passado recente, se cruzaram comigo. Dois olhares de pessoas diferentes, mas nas quais eu senti o magnetismo de seres vivos e desejantes. Dois olhares expressivos, jovens, carregados de uma sede de viver e que me permitiram recuperar a emoção do paraíso perdido e dos lugares onde os pássaros azuis se confundem com a Liberdade e o Sonho. Dois olhares ligados ambos à passagem e à mudança, irreversível para todos, e para mim também.
O primeiro ocorreu, faz agora uns 3 anos, numa das salas de embarque do aeroporto internacional de Barajas (Madrid), quando eu me preparava para partir rumo a uma grande capital europeia. Seriam umas 18h30. Eu estava sentado e o meu olhar cruzou-se, com uma liberdade desenfreada e com uma intensidade descomunal, com uma pessoa que fazia parte do pessoal de bordo de uma companhia aérea europeia, e que caminhava na minha direcção. Ainda hoje, recordo com saudade e ansiedade efervescente todas as promessas que os nossos olhares disseram um ao outro naquele breve espaço de segundos.
O segundo ocorreu, faz agora 3 dias, num momento em que, parada na estação, a viagem estava prestes a reiniciar-se. Seriam umas 18h30. Eu estava sentado e o meu olhar foi atingido pelo olhar intenso e desejante de alguém que eu já vira, mas que eu já não poderia alcançar, pelo menos materialmente. Sorrimo-nos e comunicamos tudo o que poderia ser partilhado. O presente e, principalmente, o desejo intenso de um reencontro futuro.
Em ambas as situações, para além do local, hora e momento simbólico, só poderei acrescentar que usava uma gravata colorida, a que mais gosto, e que levo sempre para todas as ocasiões especiais.
Hoje, quando olhei os traseuntes que habitavam a mesma rua que eu na grande cidade, não estava a usar nenhuma gravata.
25.3.08
Vamos poupar uns cobres
O site www.maisgasolina.com constitui uma interessante forma de encontrar o posto de abastecimento mais económico de uma região.
Descoberto via www.renaseveados.blogspot.com
Porquê, a mim? Será influência do GPS?
O que aconteceu para que eu agora todos os dias, repito, todos os dias, receba mensagens estranhíssimas?
Vou-vos contar uma das últimas: remetente: Nic Nic
Nic Nic será nome de gente?
A mim, parece-me mais nome de animal doméstico...
Mas, enfim, sejamos tolerantes, uma vez que ainda estamos, podemos dizê-lo, na Páscoa...
Assunto: "Donación de Señora Nicolas"
Pensei: Uauuuu! Alguma tia das Espanhas se lembrou de mim, um pobre infeliz, abandonado aqui, neste jardim, dizem, à beira-mar plantado!
Mas eu não tenho família nas Espanhas!....
" Estimado en cristo,
(Mas que forma de tratamento é esta? Sou cristão, mas já não vivo no século XVIII! Será mais uma brincadeira dos meus amigos?)
"Te saludo en nombre de nuestro señor Jesús Cristo nuestro señor que soy señora Clara Nicolas de República de Kuwait, yo me caso con Sr.Jahab Nicolas para quien trabajó con la embajada Kuwait de Ivory Coast en nueve años antes de que él murió en 12/01/2004.
Nos casaron por once años sin un niño. Él murió después de una breve enfermedad que duró por solamente cuatro días. Antes de su muerte éramos ambos otra vez nacido cristiano. Puesto que su muerte que decidía no casar otra vez o no conseguir a un niño fuera de mi hogar contra el cual la biblia está.Cuando mi último marido estaba vivo él depositó la suma de $2.500million de estado unido dólares en un banco en Abidjan Cote d'Ivoire África del oeste. Actualmente, este dinero todavía está en el banco. Recientemente, mi doctor me dijo que que no durar para los ocho meses próximos debido al problema del cáncer.
El que me disturba es más mi enfermedad del movimiento. Sabiendo mi condición decidía donar este fondo a una organización de la caridad que utilizará este dinero la manera que voy a mandar adjunto. Deseo una organización que utilice este fondo para los orphanages, escuelas, iglesias, viudas, propagando la palabra del dios y se esfuerce que la casa del dios está mantenida. La biblia nos hizo para entender que "bendecida es la mano que da".Tomé esta decisión porque no tengo ningún niño que herede este dinero y mis parientes del marido no son cristianos y no deseo los esfuerzos de mi marido de ser utilizado por la gente que no cree en dios.
No deseo una situación donde este dinero será utilizado en una manera diabólica. Esta es la razón por la cual estoy tomando esta decisión. No estoy asustado de muerte por lo tanto que sé adónde voy. Sé que voy a estar en el pecho del señor. El éxodo 14 CONTRA 14 dice que "el señor luchará mi caso y yo llevará a cabo mi paz"No necesito ninguna comunicación del teléfono en este respeto debido a mi salud por lo tanto la presencia de los parientes de mi marido alrededor de mí siempre. No quisiera que supieran sobre este desarrollo. Con el dios todas las cosas son posibles. Tan pronto como reciba tu contestación te daré el contacto del banco en Abidjan Cote d'Ivoire África del oeste.
También te publicaré una letra que te pruebe el actual beneficiario de este fondo del ministerio de la justicia, Cote d'Ivoire. Quisiera que tú y la iglesia rogaran siempre para mí porque el señor es mi pastor. Mi felicidad es que viví una vida de un cristiano digno.Quienquiera que desea servir al señor debe servirlo en espirit y verdad. Rogar por favor siempre todos con tu vida. Entrarme en contacto con en el email arriba, cualquier retrasa en tu contestación me dará el sitio en sourcing otra iglesia para este mismo propósito.
Asegurarme por favor que actuarás por consiguiente como indiqué adjunto. El esperar recibir tu contestación pronto.
Seguir bendecido en el señor.
El tuyo hermana en Cristo,
hermana Clara Nicolas. "
(Mas que raio é isto? Mais outro golpe? E agora, com o pretexto da religião e dos coitadinhos e dos pobrezinhos que estão orfãos???)
O final da missiva, esse, é hilariante, senão reparem:
"Los Oscar: llega la gran fiesta de Hollywood. ¡Síguela! "
(Existia aqui um link que tive o cuidado de apagar, com receio que conduzisse a algum site menos recomendável, mas, tenho que concordar, que é criativo e junta o antigo e o moderno, num misto de burla e de número de circo!)
21.3.08
Duas palavras acerca da Páscoa
O que significa a Páscoa para um cristão?
Vivemos a Quaresma, meditámos a morte de Jesus Cristo e vamos testemunhar a Sua ressurreição!
Um momento singular de vitória do Amor sobre a Morte, a injustiça e o ódio.
Compete-nos, a cada um, sermos anunciadores, pela palavra e principlamente pelos actos, da Boa Nova.
Votos de uma Santa Páscoa a todos quantos visitam este blog!
19.3.08
O jardim à beira-mar plantado...
Sei que é suposto sermos patriotas e amarmos muito a terra que nos viu nascer, mas como eu não nasci por aqui e sempre fui / sou um bocado kaótico, e isto para me apresentar como politicamente correcto, passo a enumerar um conjunto de comportamentos dos indígenas, meus conterrâneos, que me deixam profundamente irritado:
- Cuspir e escarrar para o chão.
- Proferir, enquanto autênticas "muletas linguísticas", um vernáculo de fazer corar qualquer um (a situação torna-se tão mais desgraçada quando os falantes ainda não atingiram a maioridade e, sendo do sexo feminino, não têm qualquer pejo em se referir à anatonomia humana, com mimos e atributos que me deixam sempre em estado de choque... E olhem que eu sou 84% open minded!!!!).
- Não respeitar a fila onde quer que se esteja.
- Fazer questão de deitar, para o chão, os papéis, quando a papeleira está ali à beira.
- Bater a porta na cara de qualquer pessoa.
- Quando, por educação, se segura a porta, tratarem-nos como empregados, entrando 10 ou mais pessoas e ficando nós ali, segurando sempre; e nem um agradecimento, sempre um olhar superior, porque, aos pobres, não se dá confiança! Juro que, qualquer dia, no final, vou pedir uma moedinha!
- Qual enxame, sermos sempre perseguidos por "arrumadores" aonde quer que tentemos estacionar o carrito ou paremos num semáforo.
- Cuscar a vida alheia sempre, sempre e sempre. Acho que estes indígenas devem trabalhar para algum serviço de informações dado o conhecimento e os pormenores que parecem conhecer da vida dos outros. Às vezes, divirto-me imenso com isto, dado ficar conhecer coisas que, eu próprio, desconhecia acerca da minha própria vida!!! Mas mantenho um ar sério e nunca esclareço ou clarifico coisa alguma... há que alimentar o showbusiness!!!!
17.3.08
Cenas do quotidiano
Tenho para mim que as pessoas tendem a projectar nos seres que as rodeiam emoções e sentimentos que, por vezes, podem ser difíceis de compreender ou que, de algum modo, exigem, para uma adequada percepção, uma certa dose de “open minded” por parte de quem observa ou de quem é objecto dessa afeição.
Vêm estas considerações a propósito (private joke!) de umas curiosas relações de afeição que alguns dos habitantes do meu bairro mantêm com os seus animais de estimação.
“- Olha lá, tu vais sair a esta hora da noite? Tu, uma menina, a sair para a rua a esta hora??? Mas tu não vês que te podes constipar? E além disso, uma menina como tu não sai de casa a esta hora da noite!!!”
“O quê?! Tu queres saltar daí? Mas tu não vês que te vais magoar? Olha que são quase dois metros até ao chão! Anda, vá lá, faz-me a vontade, dá a volta, vai por aquele lado, não me ponhas a sofrer do coração!”
É preciso referir que o ser destinatário deste discurso nunca respondeu ao seu interlocutor (uma senhora idosa), pelo menos verbalmente, mas que, por estranho que pareça, seguiu, à risca, os seus conselhos. Para bem esclarecer os meus leitores, digo-vos apenas que se trata de uma gata, de cor cinzenta e que terá cerca de 4 anos de idade.
“Oh minha doida, quando te puser as mãos em cima, vais levar mais pancada do que a tua mãe te deu de beijos! Volta já para casa! LOLA! Ah, minha filha da mãe, que eu não gosto que me desobedeçam!!! Volta já para aqui minha ***a! Vou-te encher o lombo de pancada!!”
Esta hilariante cena tem lugar perto das 23h30, numa noite de verão e é proferida por um ser do sexo masculino a altos berros, à porta de casa, originando um verdadeiro tumulto em toda a rua.
Sei de uma senhora idosa que, clamando tratar-se, sem dúvida (??!?), de um caso de violência doméstica, telefonou para a policia. E eis que, quando a viatura da policia, com as luzes da sirene ligadas, chega à casa deste senhor, se vê assomar, ao fundo da rua, e numa correria desenfreada, a cadela boxer objecto de afeição…
15.3.08
Como eu sou
Ora, digam-me lá que estes inquéritos online não são uma delícia?
Há-os para todos os gostos e feitios: eu apenas seleccionei os que o bom senso aconselhava a apresentar publicamente, pois, alguns deles, são verdadeiramente delirantes!!!!
You Are A Romantic |
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You are 73% Aquarius |
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You Are 68% Happy |
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Como podem observar, ainda me faltam 32% para ser totalmente feliz: acredito que esta percentagem corresponderá à pessoa que amo!
Mas, não é suposto o Amor completar-nos por inteiro, ou equivalendo, pelo menos, a metade do ser?!?
Ora aqui está uma questão que me está a deixar apreensivo e me faz diminuir um pouco mais a minha felicidade...
14.3.08
Só a mim!
Tenho vindo a convencer-me que, de facto, vivo sob uma maldição qualquer, lançada por uma bruxa ou por um bruxo, sei lá, qualquer um deles terrivelmente malvados…
Passo a explicar as minhas razões para um tal sentimento.
Quando encetei uma viagem ao Portugal profundo – sim, porque, embora eu seja um kapitão de alto mar, por vezes, também tenho que viajar em terra! - , e dadas as minhas más experiências com essas modernices dos aparelhos GPS, fi-lo seguindo estritamente as placas indicativas. Funcionou, sim! Cheguei às portas de uma cidadezinha, situada nas entranhas do Portugal profundo.
Julgava eu que me seria fácil solicitar informações para encontrar o hotel onde iria repousar. Má ideia! Ninguém, a quem inquiri, parecia conhecer esse hotel, quanto mais o nome da rua aonde estava situado. Mas gentilmente, sugeriam-me outros locais potenciais para pernoitar…
Assim, embora a contragosto, lá tive eu que activar o dito GPS: má hora em que o fiz, pois não só não encontrei o hotel, como, quando reparei, já estava prestes a atravessar a fronteira e a começar a conhecer a Espanha profunda! E o maldito do aparelho, com uma voz metálica, lá me continuava a incentivar a seguir a estrada por 66 quilómetros…Definitivamente, esse não era o meu dia! Desisti. Gritei, feito doido, no português vernáculo!!! E não é que, já na fronteira, uma alma caridosa, ouvindo vocábulos da sua língua, da sua tão amada língua, se dirige a mim e me questiona a razão de uma tão elevada concentração de termos tão pouco técnicos?!? Lá me indicou o local exacto do dito hotelzinho e lá consegui chegar para o merecido descanso…
Ainda pensei em ir conhecer as redondezas e registar o momento em interessantes fotos, para mais tarde recordar, mas estava tão cansado e ainda tinha que preparar a reunião que a nossa multinacional ia realizar no dia seguinte que lá tive que ficar fechado no quarto a trabalhar…
No dia seguinte, o dia da reunião com os empresários locais, eu que pensava que tudo já estaria a andar sobre rodas, venho a deparar-me com uma nova situação verdadeiramente insólita: o meu carrito, qual génio muito senhor do seu nariz, recusou-se a activar o alarme e a trancar as portas, para meu grande desespero! Mais, dizia-me com a língua de fora, que eu não era quem julgava ser e que não me reconhecia como dono!... Ainda argumentei que ele era o meu único amor, a paixão da minha vida, mas o tipo começou a ficar irado e a ameaçar disparar a buzina e os sinais de luzes… Eu fiquei siderado… Então não é que aquela coisa parecia ter ganhado vida?!? Não me obedecia e ainda me ameaçava!!!! Fiquei a pensar que ele e a menina do GPS deviam estar feitos um com o outro e que ambos conspiravam para me arrasar!...
E assim foi: lá fui ter com os empresários locais, deixando o carrito, com as portas destrancadas, estacionado no centro da cidade, numa rua bem movimentada.
Já podem imaginar o quão bem me correu a reunião de trabalho…
Bom, para terminar o dia em beleza, estando eu de regresso a minha casa, e tendo necessidade de aparcar o carrito numa garagem alugada, que, por sinal, se encontrava ocupada por um outro carrito, deparo-me com uma situação inusitada: quando liguei a chave da ignição, o carrito estava morto. Nem um rugidozinho, nada, absolutamente nada…. A ***a da bateria tinha ido à vida!
Lá tive eu que ligar para a Marta da assistência em viagem, mas, ao contrário do que diz a publicidade, saiu-me um Marto, o qual me ia explicando que a assistência em viagem implica viajar e não ter um carrito parado à porta de casa e que, neste caso, era preferível eu contactar directamente uma oficina minha conhecida…
Agradeci ao Marto, ou lá como é que o mocito se chamava e desliguei.
Consegui deitar-me a dormir pelas 22h30, depois de telefonemas, deslocações, gastos e irritação, q.b.
Pois então, digam-me: não acham que eu transporto comigo mesmo uma maldição?
13.3.08
12.3.08
10.3.08
Do espírito bovino que, por vezes, nos rodeia
Tenho dado comigo a pensar na qualidade do atendimento que é feito ao público em geral, nos mais variados serviços e não resisto a partilhar com os meus amigos duas pequenas histórias. Ambas se passam num local onde, dada a frequência, é suposto encontrarmos gente educada e minimamente inteligente.
Cenário 1: uma livraria de referência e onde é possível tomar um café ou tomar uma bebida quente enquanto se lê um livro.
Protagonistas: eu, um grande amigo meu que me visita, e uma grandessíssima avantesma que se encontra por detrás do balcão e cuja tarefa de elevado esforço cognitivo consistirá em preparar duas meias de leite e cortar duas fatias de bolo de chocolate.
Responsabilidade da escolha do local: inteiramente minha, sendo que eu estava absolutamente convencido que tinha escolhido um local selecto e aprazível para tomar qualquer coisa e conversar calmamente com um grande amigo.
Eu: - Boa tarde! Pode servir-nos duas meias de leite e…. Olha lá, tu que queres? Eles têm aqui uns bolos caseiros que costumam ser deliciosos!
O meu amigo não me responde.
Nesse momento, olho para a empregada e vejo-a, com um ar trocista, mirando-nos aos dois.
Fiquei estupefacto! Mas quem era aquela criaturazinha para se recusar a efectuar o serviço para que estava habilitada e nos olhar?!? Mas olhar porquê?
Eu já era cliente habitual do local e nunca nada disto se tinha alguma vez passado comigo e o meu amigo, tal como eu, não se assemelhava nada a um skinhead ou a um punk. E se se assemelhasse, que tinha ela com isso? Também nenhum de nós transportava algum tipo de cartaz ou de adereço que suscitasse algum olhar mais demorado…
Pensei então: será que eu vesti o pullover ao contrário? Ou terei alguma máscara na cara? Ou ter-me-á caído qualquer coisa na cabeça (tipo caca de pássaro)? Ou terei algum dito colado nas costas?...
Mirei então a empregadita e perscrutei na minha memória se já a teria conhecido noutros contextos. Mas nada, absolutamente nada. O seu rosto nada me dizia.
O meu amigo comunicou-me que estava a começar a ficar irritadíssimo com a situação.
Inquiri novamente a mulherzita: - Passa-se alguma coisa?
A avantesma, qual esfinge faraónica, esboçou um esgar e nada respondeu.
Pensei: grande v***a! Grande f**** d* p***!
Não é preciso dizer que abandonámos ambos, irritadíssimos, o local e fomos tomar as meias de leite a um local clássico: uma pastelaria no centro da cidade.
Cenário 2: uma outra pastelaria, numa grande cidade deste nosso jardim à beira-mar plantado.
Protagonistas: eu e a menina que, por detrás do balcão, se prepara para me escolher os bolos que eu vou levar para consumir em casa.
Ela: - Quantos bolos vai comprar?
Eu: - Olhe, francamente, não sei. Aí uns 4 ou 5 ou 6 ou mais ainda…
Ela: - Olhe, o senhor tem que se decidir, e tem de saber quantos bolos é que vai comprar!
Eu: - Mas sabe que, como os produtos nesta casa são todos de muita qualidade, eu vou percorrendo o balcão e vou escolhendo…
Ela: - Mas é que o senhor TEM que saber antes de escolher QUANTOS bolos vai comprar!
Ai, que gana que me deu!
Não resisti e decidi largar uma tirada de filósofo:
- Olhe, minha senhora, eu SÓ DECIDO quantos bolos é que vou comprar quanto chega a altura de pagar, quando consulto a carteira e vejo o dinheirinho que lá está. Por isso, faça o favor de ir enchendo a caixa até eu dizer chega!
Ficou boquiaberta uns bons 5 minutos a olhar para mim. Acho que não percebeu exactamente o alcance das minhas palavras.
Depois, lá encheu a caixa e lá me vim embora.
Moral da história: que mal eu fiz para merecer isto? Deve ter sido noutra reencarnação, e agora vou ter este karma ao longo da minha vida…
6.3.08
Os meus tormentos com um aparelho de GPS…
Hoje, embora sobrecarregado de trabalho lá na empresa, decidi ir passar o fim-de-semana fora, para ver se o Sol me abraçava com os seus raios de energia quente e luminosa.
Procurei no mapa o nome de uma terra estranha (estejam descansados, não foi o Entroncamento!!!) e um simpático e acolhedor hotelzinho.
Registei o nome: Tamengos. Sabem onde é que isso fica? Pois eu também não sei. O meu espírito de navegante, descobridor de aquém e além-mar, levou-me a entrar para dentro do carro e a registar no monitor do GPS esse insólito e inusitado nome. E por incrível que pareça, o aparelho aceitou-o de bom grado. Claro que eu nem me dei ao trabalho de ir verificar num mapa aonde carga de água isso ficaria…
Decidi partir à aventura….
E foi assim que o GPS me levou até à porta de um pequeno cemitério de uma localidadezinha chamada Tamengos. Eu nem queria acreditar no que me estava acontecer: e a maquineta, aquela geringonça made in Japan, incessantemente a repetir “Você chegou ao seu destino! Você chegou ao seu destino! Você chegou ao seu destino!”
E não é que não havia vivalma nessa localidade. Eu, à procura de um lugar charmoso e simpático para descansar uns dias, em comunhão com Horus e Osíris, e com o carro parado à porta de um cemitério… E o cemitério escancarado, ainda por cima….
Claro que a situação me fez recordar o momento em que numa assembleia de uma junta de freguesia se discutia se se haveria de gastar dinheiro na colocação de um portão no cemitério e se decidiu que não valia a pena, pelas seguintes razões:
1) Os que estavam lá dentro não podiam sair;
2) Os que estavam cá fora não queriam entrar.
E o mesmo se passou comigo. Lá desliguei aquela estúpida máquina e, mal avistei o coveiro, inquiri-o delicadamente:
- Diga-me amigo, onde fica o hotel charmoso desta localidade?
O cavalheiro esboçou um esgar irónico, mas teve a decência de me responder:
- É só fazer inversão de marcha, e seguir sempre em frente, passar a primeira e a segunda, virar à esquerda, chegar a uma rotunda, contornar, virar à esquerda e depois à direita e novamente à esquerda, e chegará ao seu destino.
Ainda pensei que o magalo estivesse a gozar comigo, mas entre ficar ali e ir dar uma curva, agora já com o GPS desligado, optei pela segunda hipótese.
E assim foi, depois de me ter arrependido várias vezes de ter saído para fim-de-semana, e de ter resistido várias vezes em telefonar a um estimado amigo que possui um GPS com mapas actualizados e super eficiente, lá encontrei o hotelzinho de charme.
2.3.08
Apeteceu-me
Não fui desafiado, mas apeteceu-me escrever sobre estas coisas e, quando me apetece, faço-o. Sou assim. São os meus cabelos grisalhos que já me permitem certas liberdades.
Ora bem, aqui vai:
7 coisas que sei fazer bem:
-Ler. Tenho uma casa repleta de milhares de livros. Já não sei o que hei-de fazer a tanto livro. Ainda há coisa de 7 meses enchi 7 caixotes de livros e ofereci-os.
-Ir até ao fim do mundo e mover montanhas, se for necessário, para ajudar alguém que genuinamente necessite.
-Ouvir os Amigos. Estar com eles e aconselhá-los. Acho que possuo uma costela de psicólogo (ou de missionário, não sei bem!)
-Conduzir (embora fique sempre apreensivo quando se trata de usar um GPS!...)
-Ser desconcertante, com muito humor e, às vezes, apelando a alguma visão kaótica do mundo.
-Escrever. Gosto de o fazer, mas tenho muito pouco tempo para estes hobbys.
-Ser insistente, ao ponto de, quem tem confiança, me chamar teimoso.
5 coisas que não sei fazer:
-Cozinhar (mas não passo fome, nem os que estão comigo se sujeitam a um tal tormento!!!)
-Maltratar animais. Perturba-me profundamente o sofrimento alheio (animais incluídos).
-Aturar gente convencida, com a mania que é superior a tudo e a todos, e com falta de chá...
-Falar alemão, russo, sueco, chinês...
-Ser comedido em determinadas situações: se é para fazer algo, então empenho-me a 100%, nunca a 10% ou pela metade.
3 coisas que digo frequentemente:
-Anima-te!
-Feliz Natal!
-(Há outras coisas que digo, mas que o bom senso aconselha a que não se escreva!!!!)
8 Qualidades que aprecio no sexo oposto (ou no mesmo sexo, se for o caso):
-Frontalidade.
-Sinceridade.
-Amor próprio.
-Preocupação com as pessoas.
-Espontaneidade.
-Tolerância.
- Respeito pelos outros.
- Capacidade de sonhar.
Não vou fazer vítimas com esta publicação, até porque não gosto nada de me sentir na obrigação de não quebrar correntes.
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