Não conheço o conteúdo do espaço em causa, nem tão pouco a qualidade da sua escrita ou os mimos com que brindará (ou, em rigor, brindaria) os seus leitores.
Vi a notícia no jornal Expresso. Devo confessar que não me senti compelido a ir espreitar no velho, entretanto, segundo parece, novo blogue.
Coloco aqui este post porque a notícia me espantou: o tribunal, segundo reza a informação disponibilizada online, considerou que "a maior parte do conteúdo do blogue" consistia em "artigos de opinião" e que os autores criticavam Macedo Vieira e Aires Pereira, não apenas como presidente e vice-presidente da Câmara, mas também como "cidadãos, pais, familiares e amigos". A sentença considerou também que diversos textos do Póvoa Online não eram feitos como "uma critica construtiva, baseada em factos provados, concretos e objectivos, mas com o objectivo de difundir, junto do público, de forma gratuita, a ideia de que os requerente são corruptos e corruptíveis".
Sem comentários.
25.6.08
13.6.08
De partida
O calor aperta, os Santos Populares estão aqui e o vosso Kapitão, por razões profissionais, vai ter que viajar e adiar as suas festas até meados do mês de Agosto. Pois é, é a vida! E este espaço irá ficar, naturalmente, sem poder ser actualizado, já que não gosto de viajar com um portátil atrás. Em contrapartida, levarei resmas de papéis para as diversas reuniões que irei manter por esta Europa fora.
Dirão os meus leitores: mas como é que hoje, em pleno século XXI, é possível mantermo-nos desligados do mundo, sem acesso ao email e à internet?
Simples, meus caros. Eu continuarei a manter esses acessos, mas só para efeitos profissionais. Nada de assuntos de carácter pessoal. Esses, resolvê-los-ei pessoalmente ou através do telemóvel.
Bom, então, até ao meu regresso!
11.6.08
Falta cerveja para comemorar vitória de Portugal
Notícia de última hora do jornal Sol: O bloqueio dos camionistas, que já dura desde a meia-noite de domingo, está a provocar ruptura de fornecimento de bebidas, nas quais a cerveja, nos hipermercados, supermercados, bares e restaurantes, correndo-se o risco de quem quiser comemorar as futuras vitórias da Selecção portuguesa no Euro-2008 o tenha que fazer com o copo vazio.
Meus Amigos, é a hecatombe total! O horror, a tragédia! O fim! O apocalipse chegou às nossas portas!
Abram alas que já se ouvem as trombetas dos cavaleiros do Apocalipse!!!
Que vai ser da nossa vitória sobre os Etíopes? Eram etíopes, não eram? Se calhar não eram! Uppps! Bom, também não interessa, já que não há cerveja para comemorar!
E a nossa mágoa, com a partida do sargentão lá para terra daqueles ingleses!
O país está perdido!
Definitivamente.
É o país que temos, pá!
Vivemos, sem dúvida, num país muito curioso.
48 horas de paralisação e o país encontra-se à beira do caos: e ainda bem que não decidiram cortar os acessos a Lisboa e ao Porto, porque aí as coisas seriam bem piores...
24 horas de chuva torrencial e o país perde a sua principal ligação ferroviária (foi no ano passado, estejam descansados! Aliás, não está prevista chuva para os próximos dias!)
E ainda ontem as mui nobres e valorosas populações gritavam, a plenos pulmões, o seu orgulho na raça e contra os canhões, marchar, marchar!!!!
Não sei se hei-de rir ou se hei-de chorar perante tamanho desconcerto.
Às vezes ponho-me a pensar o que seria deste país se alguém se decidisse a invadi-lo. Quantas horas acham que conseguiríamos manter a soberania?
'Casem-se ou serão demitidos'
Este mundo está cada vez mais insólito e a merecer que andemos por aí soltando gargalhadas sonoras!
A afirmação, a lembrar uma qualquer partida de carnaval, é da responsabilidade de um alto dirigente da empresa estatal de petróleos iraniana: segundo noticia a BBC Brasil, o elevado número de relações extra-matrimoniais estará a causar embaraço aos dirigentes religiosos de um país onde impera, por lei, a moralidade e os bons costumes, com o espectro ideológico amplo que se quiser atribuir.
A serem verdadeiras, não deixa de ser estranho que estas palavras surjam na imprensa ocidental. É que este é um país onde os atropelos aos direitos humanos são explicitamente assumidos e apresentados ao mundo:
10.6.08
Porque nos apresentam sempre a guerra como a panaceia para todos os males?
De acordo com uma notícia publicada no Correio da Manhã, recuperando um artigo da Time, cada vez mais os soldados norte-americanos têm que recorrer a antidepressivos para aguentar o stress do seu dia-a-dia em teatro de guerra.
Este é um aspecto que a máquina da propaganda militarista - lembram-se dela? E da teoria do dominó que levaria a democracia ao Médio Oriente? - não fala. O rufar dos tambores da guerra, com o negócio milionário que a sustenta e que, mau grado, parece dar emprego a tanta gente, tem sido utilizado como argumento para a panaceia dos problemas que afectam o mundo.
Mas o verdadeiro problema vem a seguir: a morte, a dor, o sofrimento e a consciencialização de que se foi alvo de uma terrível manipulação ideológica.
Verão quente
Os acontecimentos mais recentes no jardim à beira-mar plantado sugerem que as alterações climáticas se virão a registar, com elevada incidência, por estes lados. Ainda não abriu oficialmente a época dos fogos, mas já se indicia que o verão será bastante quente.
Adenda: será que ainda existe Estado?
As notícias que vão chegando indicam que parece ter havido um qualquer golpe palaciano: as estradas são cortadas, os condutores intimidados, os camiões inspeccionados (por quem? com que autorização?), os hipers começam a esvaziar, as bombas de gasolina a secar, o socorro de emergência está em crise, o principal aeroporto do país corre o risco de encerrar....
(Aonde é que eu já vivi isto?)
Parece que quem nos governa se apressou a dizer que tudo está garantido e controlado e que não faltará assistência em caso de emergência.
Não que eu receie qualquer coisa, mas tenho fortes dúvidas que se alcance alguma coisa com esta situação de caos eminente.
8.6.08
Conselhos úteis
Se está a pensar ir a Pequim assistir aos Jogos Olímpicos, tome nota. É cada vez mais claro que as boas intenções do comité das argolinhas não passam de um logro, uma máquina de fazer dinheiro.
Recebida via Avenida Central
7.6.08
No comment
Un étudiant algérien pris pour un terroriste risque l'expulsion de Grande-Bretagne
LE MONDE 06.06.08 14h52 • Mis à jour le 06.06.08 14h52
A falta de humanidade dos homens da grande cidade
Estou estupefacto perante a falta de civismo e de humanidade que parece caracterizar os habitantes de uma grande cidade norte-americana. È uma cidade do outro lado do atlântico, mas funciona como uma metáfora dos lugares que todos habitamos.
Claro que é muito mais cómodo e fácil não se ver ou fingir que não se vê. Alguns dirão mesmo que vivemos anestesiados ou sedados pelo bombardear constante de informação e que, por isso, já não reparamos no outro.
Mas, e se o outro, tão próximo, fosse o meu irmão, o meu pai, o meu filho ou eu próprio?
Porque será?
Alguém me explica a razão pela qual as vias de trânsito são cortadas sempre que um alto dignatário do reino se desloca à província?
Alguém me explica a razão pela qual o centro de uma cidade é encerrado, com 3 dias de antecedência, para preparar adequadamente a visita do Rei à província e as magníficas e majestosas comemorações do Dia da Pátria?
Perdão, agora reparo que me equivoquei: parece que nós já não vivemos numa monarquia, que já temos um regime republicano. Mas porque será que continuamos a manter tantos tiques do tempo da monarquia?
Fala-se dos barões.... das elites....
Por que será que a esposa do PR é designada, pelos nossos locutores da TV, como 1ª Dama?
Alguém me explica a razão pela qual qualquer clube de futebol não português costuma ser designado pelos nossos locutores da TV como o clube do Ronaldo ou o clube do Figo, e afins, em vez de ser designado pelo seu nome adequado? Será por sermos tão pequeninos e termos uma necessidade de auto-afirmação?
Será que esta é uma estratégia para libertar o país da modorra e o fazer sentir-se vivo e actuante?
Mas porque razão quem nos governa diz não se sentir incomodado por 200.000 pessoas terem saído para a rua a manifestarem-se?
(Sei que quem vive perto perto desses lados e nos governa, mas não beneficia de protecção especial, se sentiu muito incomodado com a manifestação, mas isso é outra conversa...)
Alguém me explica a razão pela qual a sinalética nas estradas portuguesas e particularmente dentro das localidades ser tão parca e tão desadequada? Quando não é mesmo inexistente, e o Zé que ligue os radares e descubra por si próprio...
Porque será que o sargentão veio dizer que a selecção só ganhará o mundial se se sentir fortemente apoiada pelo povo português?
Porque será que os nossos governantes clamam tanto que o país necessita de melhorar as qualificações quando quem as detém tem que abandonar o país e procurar emprego noutro lado porque, por cá, ninguém está disposto a pagar o salário justo para as habilitações que se possui?
Porque será que, para se obter um salário mínimo e um emprego precário, se tem que mentir nas habilitações que se possui, reduzindo-as ao 10º ou 11º ano?
Porque será?
2.6.08
Músicas que mexem comigo
Hoje, 2ª feira, tive notícias que me perturbaram bastante a nível profissional e pessoal.
Desde logo, a percepção que a cosmovisão que governa a minha nova empresa não é rigorosamente compatível com aquela que os anteriores administradores tiveram. E aí o presente torna-se perturbador porquanto antecipando um futuro de cariz incerto.
A nível pessoal, bem, prefiro nem comentar.
Assim, resta-me o momento da música: aliás, mais vale a música do que a bebida ou outra coisa qualquer.
1.6.08
Mensagem para todos quantos educam criancinhas e se preocupam com o seu futuro
O que é importante na formação das gerações mais jovens?
Dar-lhes uma sólida formação num certo domínio especializado? Torná-las aptas a dialogarem com outros povos, outras culturas e outras línguas? Garantir que, sabendo exprimir-se, com desenvoltura, na sua língua consigam ser empreendedores, potencializando a produtividade do país?
Nã, nada disso!
Puro engano!
O espectáculo com que os vários canais de televisão, de sinal aberto, nos brindaram hoje, ao longo do dia, com os directos, a orgia do panegírico, os "heróis", os "craques", a "raça", e outros epítetos do género, a recepção, pelo mais alto dignitário do estado, as multidões uivantes, mostram-nos, até à saciedade, que o importante é ensinar as criancinhas a chutar uma bola, a falar pouco e com uns grunhidos, e saber fazer uns passes, e chega! Não vale a pena mais nada! É suficiente, é engrandecedor, é um feito notável!
Além disso, garante a tão desejada empregabilidade, que os nossos políticos tanto apregoam.
E se os jovens não conseguirem alcançar o sucesso pode-se sempre reclamar que a culpa foi do árbitro!
E se esta desculpa não for aceite, pode-se, aí sim, afirmar, com um ar muito sério, que os jovens têm poucas qualificações...
Viva Portugal!
Vai começar o espectáculo maior: abram alas, meus senhores, que agora é que vamos todos voltar a ser felizes! Finalmente!
Qual crise, qual déficit! Qual desemprego e dificuldades!
Bendito Europeu de Futebol que manter-nos-á a todos suficientemente anestesiados! Vai ser uma festa e uma alegria! E os santos populares! E a sardinha assada! (Perdão, parece que não vai haver sardinha assada, mas, em compensação, haverá bandeirolas, arcos, arquinhos, música, festa, barulho, uns senhores a dizerem muito bem da grandiosidade da equipa e do magnífico e excelso sargentão treinador, mais umas multidões a correrem atrás dos senhores jogadores, e o espaço televisivo permanentemente em directos porque a equipa vai aqui e acolá!!!!)
Ainda bem que temos o futebol!
E o patriotismo! Porque quem não apoia a selecção, não é patriota, como bem se pode começar a perceber, pelo tom como a máquina da propaganda vai debitando as coisas!
Por isso, a opinião do kapitão só pode ser mesmo esta: VIVA PORTUGAL!!!
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