30.1.08
27.1.08
How open minded are you?
You Are 84% Open Minded |
Ontem e hoje: o A do Amor
20.1.08
Continuar e fortalecer os elos...
ABC do Amor...
Domingo à tarde. Dia calmo, solarengo. Não se vê vivalma. Tudo encerrado. Só se ouve a água nos chafarizes públicos. Até os pássaros se escapuliram para outras paragens.
Vasculho no meu baú. Olha, uma carta da A.! Pena ela não estar datada. Mas, com um pequeno esforço de memória, recordo tudo, como se fosse hoje.
Foi no século passado. Eu, um miúdo, acabado de concluir a faculdade. Acho que ainda nem emprego tinha. Vivia em casa dos meus pais. E a A., deslumbrante, wild, viciosa. E esta carta na qual ela me desejava... feliz aniversário.
Foi um período avassalador, arrebatador, intenso, perigoso, tanto que eu, louco como estava, acabei por convencer o meu pai a ser meu fiador para adquirir um Lancia Y, cor-de-rosa, que ofereci à A., envolvido num grande laçarote rosa-choque. Foi o máximo! Fui promovido à categoria de super-herói!
Como as coisas iam evoluindo, a A. quis, para presente de noivado, um flat, à beira-mar, no Rio de Janeiro, em frente a Ipanema. Decidi abrir o jogo. Não chegámos a visitar a casa. Fiquei a pagar as prestações do crédito (do carro) durante não sei quantos meses....
Fiquei perdido. Jurei que não mais me aproximaria de ninguém cuja letra primeira fosse um A., de A., por exemplo.
Foi nessa altura que conheci a B. Delicada, doce, e profundamente atraente. Só tinha um problema: queria, à viva força, viajar, pelo mundo inteiro. Interessavam-lhe cidades e países começadas por B: Buenos Aires, Barcelona, Birmânia, Brasil, Bora-Bora... E eu... estava de tanga, ainda a pagar os custos da minha última loucura. Tive a infelicidade de me mostrar transparente e sem cheta... e perdi-a.
Entretanto, os manos, observando e acompanhando a situação, lá me ofereceram um carro. Mas veio, desde logo, equipado com um GPS, topo de gama, para garantir que eu nunca mais me perderia...
Apaixonei-me, então, perdidamente pela C. A C. vivia aqui ao lado, e era una chica, muy caliente, con mucho salero... Foram meses de paixão arrebatadora, excessiva mesmo, em que os movimentos de rotação da Terra e outros fenómenos cósmicos foram abalados pela energia da avassaladora nossa relação.
Tudo terminou no dia em que, sem avisar, decidi ir ter com ela a sua casa, situada na calle del Encantamiento. Estranhei que o GPS, topo de gama, me repetisse insistentemente "dentro de 100 metros, por favor, faça inversão de marcha!" Pensei: "estes gadgets japoneses não servem mesmo para nada!"
Fiquei siderado com o que vi. Ela ainda me gritou, a plenos pulmões, Kapital, mas eu amo-te, só a ti! Isto não passa de um mero divertimento, para que eu esteja mais predisposta ao amor quando tu chegasses!
E assim foi, ainda no século passado, o meu ABC do amor...