15.2.08

St. Valentin's Day: the day after

Hoje, dia 15 de Fevereiro, já posso tecer as minhas considerações acerca do dia de S. Valentim. Nunca o apreciei particularmente. Não gosto que o Amor seja alvo de estratégias de marketing, de globalização, e de uma sociedade consumista. Não gosto.
Sei que sou um bocado contra a corrente. Tenho consciência disso, mas, por alguma razão, o meu nickname é exactamente este.
Bom, falemos, por conseguinte, do tema central deste post: o Amor.
Se calhar as palavras já estão gastas pelo mau uso que lhes demos ou entre nós e elas há muros de silêncio que nos impedem de definir, com clareza e sentido de oportunidade, aquilo que de falamos.
Encetarei, todavia, uma tentativa.
O Amor tem razões que a Razão, soberana, racional, muito senhora de si, muito conformisticamente respeitadora do statu quo, desconhece.
O Amor é o dar-mo-nos gratuitamente e o saber ouvir, saber escutar, saber acompanhar, saber apoiar, tantas vezes em silêncio, o Outro. É o respeitá-Lo. É o querer estar próximo, mesmo que, materialmente muito longe. É o confiar. É o Acreditar. É o Viver, com paixão, cada dia, mesmo que se saiba que não haverá outro dia mais.
Tudo isto, que aqui escrevo, me faz lembrar uma narrativa, que li há muitos anos, da autoria de Jorge Amado e que se chamava História do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá. No fundo, a história de um Amor que, contra todas as regras, todos os normativos, todas as vozes dessa Razão, soberana, real, imperante e impositiva, ousou ter começado, mas que, como muitas histórias de Amor, não teve um final feliz. E esta é uma história para crianças!
Perdoem-me os meus leitores e as minhas leitoras por este encerramento deste post: a realidade é que, mau grado a ideia, que tantas vezes, nos querem fazer comprar, as histórias de Amor nem sempre têm finais felizes.
Qual é a solução, perguntarão alguns dos poucos, que ainda não tenham abandonado a leitura deste post: viver cada dia, com paixão, como se fosse o último!
E mais não tenho para dizer.
Compreendem agora a razão porque só escrevi o post no dia seguinte ao 14 de Fevereiro?

3 comentários:

BlueVelvet disse...

E porque não haveria de ler o post até ao fim? Gostei tanto.
Com tudo o que escreveste até podes ir responder ao desafio do Prof. Manuel Damas.
Beijinhos e bom fim-de-semana

Julieta disse...

Sabes sorri ao ler este texto...
Também não entendo a euforia do dia 14 fevereiro... toda a gente num tumulto que faz impressão e depois o mais engraçado é ver como vi gente a jantar que mal se falam. De "Amor" só mesmo a prenda e o jantar, porque tudo o resto era mais frio que um dia de inverno.
Cada vez mais vejo relações baseadas num acto comercial tu dás e eu dou em troca, mas em relação a todo o relacionamento... isto até me dá arrepios de frio.
Mas "prontus" como em tudo na vida há de tudo como na farmácia!

Beijos com carinho

Kapitão Kaus disse...

Blue Velvet: obrigado pelas tuas gentis palavras!
Beijos

Umabel: concordo totalmente contigo. Também já observei situações dessas ou de pessoas que, durante o ano mal se falam e depois, no dia 14/02, é quase como "dar uma satisfação ao eleitorado!" Do Amor só fica a aparência, mas isso não tem capacidade para durar.
Beijos com carinho!