O petróleo está, neste momento, a 100 USD o barril. A perspectiva é que irá aumentar.
O estado social parece estar em desarticulação, com sucessivos estímulos à privatização dos serviços: a ideia é reduzir os custos com o pessoal e as remunerações. É um dos objectivos das chamadas reformas estruturais da economia portuguesa.
Parece-nos, pois, chegado o momento de ser efectuado um amplo debate e um referendo acerca do modelo de desenvolvimento económico que desejamos para o país. Esta é uma iniciativa que terá que ser promovida e suscitada pela sociedade civil, uma vez que o aparelho político e partidário resistirá sempre a encetar e a alimentar tal debate. De facto, a partir daí será o fim das ilusões em que temos vivido, independentemente das opções ideológicas que quisermos assumir.
Com efeito, o futuro, com o actual nível de impostos, implicará, mais cedo ou mais tarde, o surgimento de um estado política e economicamente alicerçado numa filosofia de acção neoliberal, muito próxima do modelo norte-americano. Colectivamente queremos esse modelo? Os que têm a minha idade nunca o experimentaram, mas tal de modo algum significa que ele não seja o modelo de desenvolvimento económico e humano óptimo. Parece-me é que esse debate deve ser feito, com seriedade e responsabilidade.
Porque ou os impostos aumentam (há países na UE em que a carga de impostos corresponde a 60% do rendimento bruto!), e aí é possível manter e alimentar o estado social, ou os impostos se mantêm (e eventualmente diminuem), mas o estado social será reduzido ao mínimo (é a filosofia do utilizador-pagador e afins)...
1 comentário:
Excelente desafio. O pouco tempo que agora tenho disponível não me permite aqui dissertar sobre todos os aspectos que queria. Fica apenas a pincelada...
Sou um Liberal Social. Isto é, defendo um estado mínimo que protege APENAS quem realmente dele necessita. Mas ser liberal social significa mais que isso. Quer dizer que não aceito um Estado moralizador, que se impõem na esfera privada dos cidadãos.
"Menos Estado, melhor Estado", é um cliché de uma certa direita cobarde que não tem coragem de pôr o dedo na ferida e dizer o óbvio: o modelo do Estado Social está esgotado. Sobrecarregar os portugueses com mais impostos é impensável. Por isso, o caminho passa por repensar o papel do Estado.
Aquele abraço!
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