Depois de Nietzsche ter anunciado a "morte de Deus", o século XX viveu ainda preso a muitas ideologias, algumas das quais descambaram numa barbárie incomum. Hoje, nos finais do ano de 2007, as ideologias parecem ter deixado de existir ou, então, terão sido substituídas por uma outra, eivada de algumas variantes: o liberalismo económico, a que frequentemente parece andar associado um certo culto do hedonismo e, paradoxalmente, uma cultura da morte, visível, por exemplo, no terrorismo e suas adjacências...
Mas que tem isto a ver com o título desta crónica, publicada em vésperas de Natal?
Muito simplesmente, me causa, cada vez mais, uma elevada estranheza olhar, com olhos de ver, aquilo que parece estar a passar-se à nossa volta... Nós, os jovens, os homens do futuro, aqueles que os antigos consideram a promessa do que há-de vir, parecemos cada vez mais alienados e alheados do mundo real. Para onde quer que olhemos, com quem quer que nos cruzemos, no comboio, na rua, na sala de aula, no estádio, no trabalho, nas lojas, etc, todos parecemos ter ganho uns estranhos adereços que nos mantêm, como que diria, adormecidos face ao que se passa à nossa volta. Os ipod's, mp3 e afins constituem a nova morfina que nos faz viajar e entrar numa "nice"...
Ideologias, para quê?
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