25.12.07
Hoje é dia de Natal!
Compreender o Natal implica olhá-lo e analisá-lo em, pelo menos, duas perspectivas diferentes: a dos não crentes e a dos crentes.
Para os não crentes, o dia de Natal pode ser entendido como um dia qualquer, sem nenhum tipo de significado especial, a não ser o de ser feriado e o de andar, frequentemente, associado, pelo menos nas sociedades ocidentais e capitalistas, a um forte consumismo.
Todavia, ao ser considerado feriado, tal significa que a sociedade lhe reconhece algum tipo de importância, nem que seja simbólica...
Mas, olhemos para esse acontecimento, com objectividade, e recuperemos o seu contexto histórico: há 2007 anos, num país ocupado pelas tropas romanas, e no contexto de uma migração forçada, uma senhora, com reduzidos recursos, dá à luz um filho, em condições miseráveis. É visitada pelos pobres e por aqueles que não têm poder. Mais tarde recebe a visita de uns reis que vinham de longe e seguiam uma estrela.
A criança é filha de um carpinteiro e, nessa perspectiva, profundamente afastada dos bens materiais e simbólicos a que as classes detentoras do poder tinham acesso.
Este filho vem a liderar uma revolta, sem precedentes, contra as tropas da ocupação, e lidera essa revolta com base na palavra e no apelo ao amor pelos outros, recusando a violência. Todos sabemos, pela história, como terminou essa revolta: a crucificação, uma forma de morte horrível e reservada para os crimes mais hediondos. Qual foi o crime? Até hoje, a história não o demonstrou a não ser o de veementemente ter lutado contra um certo statu quo instituído (o dos líderes religiosos, económicos e políticos da época).
Para os crentes, esse acontecimento foi bastante mais importante e profundo: a criança revelou-se filha de Deus. Ao contrário das religiões politeístas da antiguidade, este é um Deus próximo que envia o seu Filho para junto dos homens, que permite que eles O conheçam e que com Ele convivam.
Liderando a revolta contra a opressão, Jesus prega a tolerância, o respeito pelo outro, a não violência e algo que me parece particularmente interessante: o perdão, isto é, a possibilidade de, arrependendo-se dos seus actos, o homem poder regressar ao convívio são com os seus irmãos.
A sua morte torna-se, mais uma vez, exemplo da vitória da Vida: a ressurreição mostra-o vivo em cada homem e agindo em qualquer contexto.
Comemorar o Natal, numa perspectiva cristã, é, para mim, recordar este acto inaugural da história da humanidade e a possibilidade, atribuída a cada homem e a cada mulher, de mudança de um mundo que, para muitos, infelizmente, é ainda vivido como profundamente opressivo.
Bom Natal a todos, crentes e não crentes!
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