2.12.07

Estudante de Coimbra está tetraplégico

A questão das praxes académicas resume-se numa palavra: BASTA! Integrar os novos alunos na academia é uma coisa, praxar é outra, completamente diferente. Receber os novos alunos, integrá-los na academia, familiarizá-los com os hábitos, os lugares e as tradições é algo que se fará, no máximo, em 3 dias. Ora praxes em que os novos alunos são humilhados, prepotentemente submetidos e violentados NÃO! Não me parece que a questão se resolva com intervenções dos nossos políticos ou dos tribunais. Pode ser um caminho, mas não é a solução. Aquilo que mais me preocupa é, sem dúvida, o sintoma que o fenómeno da praxe evidencia: a imaturidade dos jovens que frequentam o Ensino Superior e o subdesenvolvimento cultural que os caracteriza. É que a maioria acha natural praxar os colegas caloiros e estes acham que é igualmente um acto comum e corrente sujeitarem-se a umas brincadeiras para poderem aceder ao clube.... Parece que as ideologias forram enterradas e esta geração que hoje frequenta o Ensino Superior não mostra ter uma consciência clara daquilo que se passa para além dos espaços dos campi. Estudar línguas ou exercitar outras competências para além daquelas que são oferecidas pelos curricula que estão a frequentar não é, para a imensa maioria, sequer um desafio a considerar. E nem sequer adianta grande coisa tentar argumentar que essas competências poderão ser-lhes úteis quando tentarem ingressar no mercado de trabalho... Mas para as praxes, aí sim, tem que ser, sim senhor, é necessário....

3 comentários:

/me disse...

Há algumas praxes que servem mesmo para integrar. Há outras que são uma estupidez inclassificável.

Mas já agora, o estudante de Coimbra que ficou tetraplégico não estava a ser praxado, nem era caloiro. Era um "doutor" que decidiu fazer uma brincadeira parva...

/me disse...

O que não tira a razão que tens.

Kapitão Kaus disse...

Sabes /me, praxar, no bom sentido da integração dos novos alunos na academia, é muito interessante e útil, uma vez que lhes permite contactar com os espaços, os novos colegas, as metodologias de estudo e de trabalho e isso deve ser feito pelos pares. Agora, brincadeiras parvas, como a desse aluno do 3º ano de Coimbra, e actos de grosseria e humilhação jamais deveriam ter lugar numa instituição que, concorde-se ou não, forma a classe dirigente do país. E aquilo que mais me preocupa é o sinal de imaturidade de jovens de 20 anos. Divertir-mo-nos todos não faz mal nenhum, é saudável. Convém, isso sim, ser feito com bom senso. Estes episódios da praxe violenta fazem-me lembrar aquele caso dos moços de uma aldeia perdida na serra que afogaram um pobre coitado em álcool e o deixaram morrer... Não é este o país em que quero viver!