25.3.11

Bom senso e honestidade precisam-se. Urgentemente.


Quando todos sabemos a situação aflitiva em que se encontram as finanças públicas, com o risco iminente de falta de liquidez, impossibilitando o pagamento de remunerações, salários, pensões, e coisas tais, quando os títulos de dívida soberana portugueses deixam de ser aceites como colaterais para empréstimos por importantes instituições financeiras, exige-se um mínimo de bom senso e de transparência.
As recentes declarações do ainda primeiro-ministro José Sócrates Pinto de Sousa, em Bruxelas, clamando heroicamente o lema do “orgulhosamente sós”, não augura nada de bom. É que este discurso – porventura intencionalmente proferido para consumo interno – já não é entendido como minimamente consistente com a realidade dos factos e do mundo. E, além disso, faz soar as campainhas de alarme, provocando pânico junto de um povo tradicionalmente conhecido como recatado e calmo.
Para já, a acreditar no que refere o Diário Económico, provocou incredulidade face ao real estado de saúde do senhor primeiro-ministro.
Como digo, os tempos são muito complicados e sê-lo-ão ainda mais nos próximos anos: necessitamos de bom-senso e de honestidade da parte dos nossos representantes políticos. Urgentemente.

24.3.11

Censos 2011

Estou siderado!
A droga da aplicação informática do Instituto Nacional de Estatística está sempre a ir abaixo. Será que foi feita pela mesma empresa responsável pelo suporte informático do cartão do cidadão?

Estou para ver como é que vou conseguir preencher aquela informação toda...

20.3.11

Da última visita do Papa a Portugal

Conversa tida entre o Papa Bento XVI e o Ministro das Finanças, Dr. Teixeira dos Santos, aquando da última visita a Portugal:

Santo Padre: Meu filho, não PEC's mais!

Recebida por email.

8.3.11

Contagem decrescente


A recente vitória dos Homens da Luta no Festival RTP da Canção e a preocupação que alguns comentadores políticos manifestam face a isso pode ser o sinal de alarme de que algo vai muito mal no reino da Dinamarca.

Lendo a opinião de bloggers, comentadores e jornalistas, critica-se muito o facto de a geração que hoje tem 20 anos aspirar a um certo ideal de vida que os pais conseguiram. Argumenta-se que os tempos são outros e que, no quadro de uma economia neo-liberal, cada um deve tratar da sua vida, defendendo-se concomitantemente a necessidade imperiosa da existência de um Estado Social capaz de dar resposta aos mais fracos e desprotegidos. Mas, interessante é reparar, que o grupo da chamada geração à rasca não é incluído neste “lote” dos que devem ser apoiados pelo chamado Estado Social.

Não deixa de me causar estranheza aquilo que está a suceder até porque as aspirações desta geração são tão legítimas como as aspirações dos seus pais. É que todos (repito: TODOS!) fomos educados à luz de um paradigma ideológico que considerava que a marcha da história desembocaria num futuro radioso e muito melhor do que o presente. Recordemos o ideal iluminista da “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, que guiou tantos movimentos revolucionários até hoje! Recordemos o ideal que presidiu ao derrube do Muro de Berlim e ao fim do marxismo-leninismo na esfera da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas! Recordemos a crença exacerbada pelo Sr. Bush e seus acólitos na chamada economia de mercado!

Claro que, entretanto, aconteceu o 11 de Setembro e a partir de 2008 o mundo entrou numa crise profunda de consequências ainda não totalmente determináveis...

Ora, é neste contexto sociológico e politico-ideológico – um contexto que os filósofos Gilles Lipovetsky e Jean Serroy designam como o de uma “Geração Desorientada” – que fenómenos de intervenção cívica como os Homens da Luta ou de intervenção social como a Geração à Rasca têm lugar.

Custa-me a crer que gente com responsabilidade política ora desvalorize a situação – segundo alguns trata-se de uns grupelhos de contestatários ligados a organizações políticas situadas no extremo do espectro político – ora a considere um mero fenómeno de práticas carnavalescas, e, nesse sentido, responda negando a realidade do tsunami que cresce a cada hora que passa. Sim, porque, como me confidenciava há dois anos atrás, um colega que muito respeito e que, na ocasião, tinha importante responsabilidade política e social, o caldeirão está quase a estourar. E quando estourar estourará de facto! Esta geração que hoje se assume como parva e que se considera bastarda de um país que a não respeita é, de facto, uma geração composta pelos mais altos quadros: são jovens com elevadas qualificações académicas (mestrado e doutoramento), com um adequado conhecimento do mundo e acesso a redes sociais, e que, terminados os seus cursos, se vêem lançados ora num call center (a ganhar 250 euros por mês!) ora numa caixa de hipermercado (não sei quanto será a remuneração!) ora condenados a viver em casa dos pais ad eternum... Uma geração sem futuro ou com um futuro muito muito longínquo...

As pessoas com responsabilidade e, em particular, os senhores políticos deveriam olhar, com muita atenção, para esta situação e alcançar uma resposta consentânea. É que negar aos que têm hoje 20 anos a possibilidade de serem os actores do desenvolvimento colectivo do mundo que arquitectamos para daqui a 10 ou a 20 anos significa tão somente criar as condições para que situações muito pouco desejáveis possam vir a ocorrer por cá. E uma vez o circo ardendo não haverá água suficiente para apagar o fogo.