17.3.08

Cenas do quotidiano

Tenho para mim que as pessoas tendem a projectar nos seres que as rodeiam emoções e sentimentos que, por vezes, podem ser difíceis de compreender ou que, de algum modo, exigem, para uma adequada percepção, uma certa dose de “open minded” por parte de quem observa ou de quem é objecto dessa afeição.
Vêm estas considerações a propósito (private joke!) de umas curiosas relações de afeição que alguns dos habitantes do meu bairro mantêm com os seus animais de estimação.
“- Olha lá, tu vais sair a esta hora da noite? Tu, uma menina, a sair para a rua a esta hora??? Mas tu não vês que te podes constipar? E além disso, uma menina como tu não sai de casa a esta hora da noite!!!”

“O quê?! Tu queres saltar daí? Mas tu não vês que te vais magoar? Olha que são quase dois metros até ao chão! Anda, vá lá, faz-me a vontade, dá a volta, vai por aquele lado, não me ponhas a sofrer do coração!”
É preciso referir que o ser destinatário deste discurso nunca respondeu ao seu interlocutor (uma senhora idosa), pelo menos verbalmente, mas que, por estranho que pareça, seguiu, à risca, os seus conselhos. Para bem esclarecer os meus leitores, digo-vos apenas que se trata de uma gata, de cor cinzenta e que terá cerca de 4 anos de idade.
“Oh minha doida, quando te puser as mãos em cima, vais levar mais pancada do que a tua mãe te deu de beijos! Volta já para casa! LOLA! Ah, minha filha da mãe, que eu não gosto que me desobedeçam!!! Volta já para aqui minha ***a! Vou-te encher o lombo de pancada!!”
Esta hilariante cena tem lugar perto das 23h30, numa noite de verão e é proferida por um ser do sexo masculino a altos berros, à porta de casa, originando um verdadeiro tumulto em toda a rua.
Sei de uma senhora idosa que, clamando tratar-se, sem dúvida (??!?), de um caso de violência doméstica, telefonou para a policia. E eis que, quando a viatura da policia, com as luzes da sirene ligadas, chega à casa deste senhor, se vê assomar, ao fundo da rua, e numa correria desenfreada, a cadela boxer objecto de afeição…

11 comentários:

Anónimo disse...

Logo que entrei, perguntei-me se estaria no blogue certo, depois vi que tinhas arrumado a casa. Gosto mais assim! Quanto ao teu texto, é mesmo como dizes, e até acredito que os animais de estimação ajudem as pessoas mais solitárias a manterem alguma da sua sanidade mental, sobretudo no caso dos idosos, cada vez mais "descartáveis" na nossa sociedade de consumo de tudo, sobretudo do que é novo/jovem. Abração!

Anita disse...

Bom dia:)

antes de mais, gostei do restyling:) os meus parabéns:)

Sem dúvida que hoje em dia, os animais de estimação são cada vez mais tratados como se fossem pessoas!

mas, é inegável a companhia que eles fazem:)

Beijinho grande e uma excelente semana!!!

mik@ disse...

olá

bem chego aqui e sou surpreendida por um template novo... mas que bem :))

ahahah que comédia. também tenho uma vizinha que anda sempre a chamar o cão "picatchuuuu", "picatchuuu anda cá" numa voz aguda....
que comédia lol

bjinhos boa semana

João Roque disse...

Parabéns pelo novo "look", está muito bem.
Sabes que eu "converso" muito com o meu gato? Mas em privado, e ele responde-me sempre... (Não, ainda não estou senil...)
Abraço.

Will disse...

WOW!

Por aqui arruma-se a casa, hein? Sim senhor: gostei muito!

Kapitão Kaus disse...

Car@s Amig@s:

Muito obrigado pelos vossos comentários e pelos elogios ao novo template. Eu bem queria arranjar uma coisa bonita como os vossos, mas, definitivamente, estes não são os meus campos de acção.

Quanto aos animais, acho que eles são uma excelente companhia. Eu não tenho nenhum, mas recordo, com saudade, uma cadela, de um amigo meu (já falecido), a qual só lhe faltava falar. E era uma alegria sempre que eu lá ia jantar: o animal só me viu, na sua vida, umas 5 vezes, mas sempre me tratou como se eu fosse da família do dono. E o mais curioso é que, mesmo depois da morte do meu amigo e passados longos meses sem me ver, o animal continuava a interagir comigo, embora eu sentisse que ele estava muito deprimido e que já não tinha a mesma alegria e a mesma vivacidade dos dias felizes em que o dono estava vivo.

Abraços e beijinhos para tod@s e continuação de excelente semana!

Julieta disse...

Eu acho fofa este tipo de relação... quando eu for uma criança feliz e puder ter um cão tb vou ser assim... quer dizer já sou um bocado assim... até tenho uma "afilhada" que tem bem a minha cara... é doida como a madrinha!! ;P

Beijos com carinho

p.s. parabéns pela mudança... não te queixes, pelo menos não fizeste como a outra (não sei quem sou) que sempre que muda de template perde metade da informação...

Anónimo disse...

Olá!
Tenho uma vizinha de quase 90 anos, a do 3º Direito, que TODAS, mas mesmo TODAS as noites por volta da 1 e tal da manhã vai deixar comida e água aos cães e gatos vadios. Quer esteja calor, frio, quer chova, faça trovoada, neve, granizo... lá vai ela sempre à mesma hora carregada com sacos de bens alimentícios para a "bicheza". Desce as escadas do prédio de pantufas e depois, ao chegar ao patamar do prédio, troca-as pelo calçado de levar à rua. Pena é que de tempos a tempos decida regar a roupa que se encontra a enxugar no meu estendal com lixívia... mas isso é outra história....

Camila

PS - Como vai a tua parte na colecta de fundos para o carrito q vamos oferecer ao nosso amigo comum?

Hydrargirum disse...

Credo...isso de berrar para os vizinhos ouvirem...dá-me cabo dos nervos...but these days tudo dá....:(

Mudaste a cor das paredes...mudaste os móveis!:)

Ah....ainda cheira a novo!:)

Ehehehe!:)

AG:)

Rafeiro Perfumado disse...

Não me chocam os comentários feitos, pois quem tem um animal de estimação tende a vê-lo como um elemento da família. Já o teor dos comentários, enfim, como é a primeira vez que aqui venho, não vou dizer o que me vai na alma...

Anónimo disse...

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