21.2.09

Do Carnaval e das personae

Estamos a chegar ao Carnaval, ocasião propícia para o assumir de algumas personae, tal como as práticas comunitárias bem nos têm proporcionado inúmeros exemplos.
A questão da máscara, da sua presença ou da sua ausência, não é de fácil explicação ou resolução. Desde logo porque me parece que cada um, no seu dia-a-dia, por razões várias, não pode / não deve ser totalmente transparente ou mostrar-se integralmente. Fazê-lo revelaria uma grande dose de ingenuidade ou poderia constituir, em certas e específicas situações, um acto de puro suicídio. E digo isto, sem quaisquer constrangimentos, mesmo sabendo que muitos leitores estarão, neste momento, a pensar que esta atitude pode indiciar cobardia, falta de coragem ou hipocrisia declarada. 
Não vivemos num mundo perfeito, mas numa selva, habitada por uma fauna terrivelmente perigosa. Este é, pelo menos, o ponto de vista do kapitão Kaus.
Tomar a decisão de iniciar um blogue, assumindo-o como o abrir dos registos pessoais de uma personagem de banda desenhada, implica que quem escreve não vai nunca revelar-se mais do que as convenções de uma história de quadrinhos. Agir de outro modo implicaria encerrar o blogue e caminhar noutra direcção.
Porventura alguém se questionará o porquê do recurso a uma personagem de banda desenhada. Porque sim. E ponto final. Não foi satisfatória a explicação? Paciência.
Alguém mais crítico questionará: porque não abandonar a máscara?
Respondo que tenho sérias dúvidas que isso trouxesse alguma coisa de muito positivo ao bem-estar da comunidade ou ao bem-estar de quem redige, neste momento, este texto.  A não ser a satisfação de alguma curiosidade. Mas, para isso, existem as telenovelas.
Quem me conhece pessoalmente e não apenas a persona designada kapitão kaus, sabe bem como eu sou e isso, a mim, basta-me. Eu não tenho necessidade de publicitar-me em nenhum cartaz. Sou um ser humano, como qualquer outro, nem melhor nem pior, um ser com qualidades e com defeitos, que acredita na felicidade e na capacidade que todos temos de a alcançar, com respeito uns pelos outros e sentido ético.

3 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

como temn vou escrever qualquer coisa sobre o carnaval... nao comento porque deixarei la as minhas ideias sobre o assunto ;)

mas gostei de ler...

João Roque disse...

Sempre detestei o Carnaval, e as máscaras estão, de certa forma aele associadas; mas há máscaras e "máscaras" e não confundo ambos os conceitos.
Quem te lê, e eu estou nesse caso, não liga nada a estares por detrás de uma personagem da BD, bem simpãtica, por acaso, mas pelo conteúdo do que escreves e que vai deixando antever o que tu és realmente.
As pessoas são todas diferentes e se eu me exponho sem reservas, aceito e percebo fácilmente que outros o não façam; e até é bastante interessante ir fazendo a "fotografia" do autor de um blog, por aquilo que ele vai transmitindo...
Continua a ser o nosso Kapitão, que estás muito bem...
Abração.

Heartbeats disse...

O anonimato permite um diferente grau de liberdade. Eu gosto do anonimato, de poder escrever sem filtrar conteúdos.